segunda-feira, setembro 28, 2009

Cavaco Silva e o caso das escutas.

Não acho que o caso das escutas tenha tido grande influência no resultado eleitoral. Há muito que já se vê o distanciamento de Cavaco, pelo menos público, em relação ao PSD pelo que uma jogada sua na tentativa de tirar o PS do Governo, para mim não colhe. Aliás, manter o PS no poder é-lhe favorável para conseguir a reeleição nas Presidenciais em 2011. O seu objectivo é pessoal e não passa pelo Partido que o catapultou.
Apesar de considerar que não teve influência nas eleições de ontem, porque as pessoas estão-se borrifando para o assunto (ou ignoram-no por acharem que se trata de politiquice), não é menos verdade que o assunto é gravíssimo. Gravíssimo! Grave em qualquer das versões. Quer se trate de uma "piadinha de Verão" como Sócrates assim o apelidou (ou mais ou menos, não me recordo do rigor das palavras) e que, a ser verdade, compromete toda a autoridade política e moral do Presidente, quer se trate de um caso com fundadas razões, fácticas, objectivas, reais. Neste caso, é preciso tirar consequências desta situação, como é óbvio. Não sei bem o quê. Mas se ,no 1º caso, não rejeitava a hipótese de demissão do PR porque, segundo a imprensa, ele quis, deliberadamente, prejudicar o PS e o Governo em favor do PSD, no 2º caso, o Governo tinha de ser destituído por estar a espiar a Presidência, o garante da Constituição, do Regime Político Português, a 1ª Figura do Estado.
Por tudo isto, amanhã, irei escutar com toda a atenção o que Cavaco Silva disser. Se a explicação tender para dizer que foi o assessor que actuou sem a sua autorização (é o mais comum, não é?), fico perplexo e profundamente desiludido e irritado com a actuação do PR. Porque não acredito neste sacudir de água do capote. Não sei o futuro, mas levará muito tempo a que volte a confiar na sua palavra. E eu levo (até amanhã, veremos) a sua palavra muito a sério, ainda pr'a mais depois do que aconteceu no Estatuto dos Açoresl, onde os Partidos comportaram-se de forma vergonhosa e humilhante para a República (na minha humilde opinião).

domingo, setembro 27, 2009

Aguentem-se!

Acho que o povo preferiu o circo, o espectáculo, a imagem, o show mediático, a porreiramente correcta jovialidade. Abanou a pandeireta quando ouvia a palavra fácil. A escolha foi uma, foi clara, não tão evidente como em 2005 mas isso em nada lhe retira legitimidade. Depois de muitas manifestações, muito protesto, muita crítica, muita crispação, muito descontentamento, muito muito muito... ficamos quase na mesma. O PM é o mesmo, o líder é o mesmo, o projecto é o mesmo.

Estou desanimado mas mais convicto do que nunca. MFL, com tantos defeitos era, ao mesmo tempo, alguém fora do sistema, que não vinha com nenhuma ambição pessoal, que falava verdade, que era séria, honesta e geralmente competente. Não era extraordinariamente competente. Mas personificava aquilo em que acreditava e acredito. Sempre foi uma referência para mim, e não é por hoje que deixa de o ser. Era íntegra, e repudiava toda a maquilhagem na política. Era a antítese do que temos. Foi derrotada, foi essa a decisão da Democracia. A Esquerda volta a estar em força. Façam bom proveito (nas palavras do João Gonçalves do Portugal dos Pequeninos)
Vai começar ou, já começou, lendo esta notícia, a caça ao osso (lei-se, disputa da liderança do PSD).
É bom que não se esqueça que falta disputar as autárquicas. E é muitíssimo importante conquistar a capital do país (além de, noutra dimensão, manter a da Calheta e Velas, claro...)

Hoje foi o dia

Estou francamente desiludido.

sábado, setembro 26, 2009

Mais ainda?

Eu sei que hoje é dia de reflexão e blá blá blá...
Enfim, como sou uma pessoa singular e não sou candidato a nada, bem posso dizer o que quiser no meu blogue pessoal que julgo não estar a violar alguma lei, senão a da correcta e porreiraça moral de quem precisa de um dia para saber o que escolher.
Na ronda diária pelos blogs, encontrei este post que me pareceu interessante:

O mundo da lua, o mundo onde vive o PS
Em Espanha, o primeiro-ministro propõe um aumento de impostos na ordem dos 1,5% do PIB para fazer face ao crescimento do défice orçamental. Em Inglaterra, todos (repito, todos) os principais partidos políticos debatem que despesas é que se irão cortar para lutar contra o défice orçamental. E em Portugal? Será que nos preocupamos com isso? Claro que não. Para quê? Afinal o défice do subsector Estado só subiu 154% nos 8 primeiros meses do ano.
Mas não faz mal. O dinheiro há-de dar para tudo. Para TGVs, para auto-estradas, para novos aeroportos, para ajudas às PMEs, para aumentar os salários acima da inflação, para Planos Tecnológicos, para para para...
É que, como sabemos, as regras que se aplicam aos outros não se aplicam a nós. E, se é assim, para quê nos preocuparmos?
Álvaro Santos Pereira

Retirado daqui
Há quem não tenha ainda a noção dos números. Eles são factuais, objectivos e, pior, alarmantes para a situação de Portugal. E quem nos colocou assim ou, melhor, quem não nos quer tirar deste estado de coisas tem nome e tem rosto: chama-se José Sócrates que prossegue o seu projecto de ambição pessoal a que já se rendeu o Partido a que muitos chamam da liberdade, do 25 de Abril... o Partido Socialista. Resta-nos, informados cidadãos, tirar do poder o querido líder (na expressão do autor do Portugal dos Pequeninos). É já amanhã.

sexta-feira, setembro 25, 2009

teste, teste, um dois, um dois

O próximo domingo será um teste à memória dos portugueses sobre tudo aquilo que sucedeu no país e no governo nestes últimos 4 anos e meio. As promessas feitas e por cumprir, o amordaçar da contestação, a incapacidade das reformas, o aumento do desemprego e a descida do poder de compra. E ainda a fuga do investimento estrangeiro, o fechar das empresas e fábricas, o encerramento das urgências, a guerra aberta com os professores, a inexistência de uma política cultural, a incapacidade de mexer na Lei das Rendas, o instinto controleiro à base de chips e cartões únicos, o negócio dos contentores, as dívidas por pagar no reverso do instinto cego de cobrança e muito mais.

Nada mudou desde a fase do Prozac às caixas, quando Sócrates e os socialistas clamavam que tudo estava bem no melhor dos mundos, até à seguinte, desculpabilizando-se por tudo devido a uma crise que foram os últimos a reconhecer e a admitir.

O próximo domingo será um teste à capacidade dos portugueses de confronto com a realidade. Mas também uma prova à confiança na sua própria capacidade transformadora para a criação de um futuro melhor do que aquele que se antevê.

Os eleitores, no momento de depositar o voto na urna, serão crescidinhos ou optarão por continuar a adormecer com histórias de embalar. Depois não venham é queixar-se quando a história não tiver um final feliz.

João Villalobos

(sublinhados meus).

Retirado daqui


segunda-feira, setembro 14, 2009

A memória não é assim tão curta

Há coisas que é preciso não esquecer...

Notícia do Diário Insular, de 20/03:
Vereador da Calheta pode perder mandato

Vereador socialista da Câmara Municipal da Calheta de São Jorge, Rogério Veiros, corre o risco de perder o mandato por ter alegadamente excedido o limite de faltas injustificadas permitidas.Rogério Veiros, que também é deputado socialista na Assembleia Legislativa, viu-se confrontado com uma queixa feita ao Ministério Público, por parte do presidente da autarquia da Calheta, o social-democrata Duarte Silveira, segundo a qual o vereador terá ultrapassado, em 2006, o limite de faltas permitido durante todo o mandato. Agora, o vereador socialista recebe a notificação do Tribunal Administrativo a dar conta da suspensão do mandato, caso não justifique as faltas e contesta a decisão.Rogério Veiros afirmou ontem ao “que já contestou a queixa feita por Duarte Silveira, porque “não concordo com os factos apresentados, nem tampouco espero perder o meu mandato”.“Aguardo serenamente a resposta do Tribunal Administrativo à minha contestação e estou convicto de que irei cumprir o meu mandato até ao fim, mesmo contra a vontade do PSD”, sustenta o vereador socialista, para quem “a decisão do Tribunal Administrativo é que irá definir se há ou não perda de mandato”.Por outro lado, Rogério Veiros salienta que, como deputado regional, teve de se ausentar algumas vezes da ilha de São Jorge, o que contribuiu para aumentar o número de faltas na vereação da Câmara da Calheta.No seu entender, a questão que se coloca agora é “se essas faltas podem ser ou não consideradas injustificadas. E é isso que o Tribunal Administrativo vai definir”.Uma coisa é certa. Se o Tribunal Administrativo confirmar que as faltas do vereador socialista são injustificadas e se Rogério Veiros acabar por perder o mandato por via, será a primeira vez que uma situação do género acontece, pelo menos nos Açores.Até ao final do dia de ontem, obter uma reacção do presidente da Câmara Municipal da Calheta de São Jorge sobre esta questão.
O que quero aqui sublinhar é... quem quer ser Presidente de um Município, tem, no mínimo, de estar presente nas questões da Câmara. A justificação usada "como deputado regional, teve de se ausentar algumas vezes da ilha de São Jorge" não colhe porque então, se o facto de ser deputado o impede de cumprir a sua obrigação que é a de estar presente nas reuniões, então escolha: ou deputado ou vereador. Uma coisa é certa. O actual Presidente e candidato, Aires Reis, também ,à data , era deputado regional e vereador e nunca uma situação destas se verificou.

É bom não esquecer estas coisas...

sexta-feira, setembro 11, 2009

Cada pérola melhor que a outra

Retirado do Jamais

Carolina Patrocínio deu hoje uma entrevista ao "i", toda ela cheia de conteúdo programático do Partido Socialista. Terá sido a tentativa do PS em compor um pouco a imagem à sua mandatária da Juventude. Mas algo falhou nessa entrevista. A dada altura, Patrocínio diz: "para as legislativas votei sempre PS". Nada de anormal teria esta resposta não fosse o caso dela ter nascido a 27 de Maio de 1987, e as últimas eleições legislativas terem sido a 20 de Fevereiro de 2005, quando ela apenas tinha 17 anos. Terá sido um lapso da parte dela ou quem lhe elaborou o guião esqueceu-se desse pequeno pormenor?

(foto tirada da net)

sábado, setembro 05, 2009

Liberdade de imprensa e de opinião

Retirado de um dos comentários do Público

António Barreto, artigo de opinião no Público, Janeiro de 2008:
"Não sei se Sócrates é fascista. Não me parece, mas, sinceramente, não sei. De qualquer modo, o importante não está aí. O que ele não suporta é a independência dos outros, das pessoas, das organizações, das empresas ou das instituições. Não tolera ser contrariado, nem admite que se pense de modo diferente daquele que organizou com as suas poderosas agências de intoxicação a que chama de comunicação. No seu ideal de vida, todos seriam submetidos ao Regime Disciplinar da Função Pública, revisto e reforçado pelo seu Governo. O primeiro-ministro José Sócrates é a mais séria ameaça contra a liberdade, contra a autonomia das iniciativas privadas e contra a independência pessoal que Portugal conheceu nas últimas três décadas. Temos de reconhecer: tão inquietante quanto esta tendência insaciável para o despotismo e a concentração de poder é a falta de reacção dos cidadãos. A passividade de tanta gente. Será anestesia? Resignação? Acordo? Só se for medo…"