segunda-feira, abril 09, 2007

Enge...ups.. Sr. José Sócrates

Pois bem, o tempo em que estive ausente foi uma altura crítica para o Primeiro-Ministro. Quer pela forma polémica como o Governo geriu o dossier OTA como, mais recentemente, saíram a público, algumas dúvidas sobre a licenciatura em Engenharia Civil de José Sócrates.

Relativamente ao primeiro assunto, confesso que não tenho qualquer preparação técnica para o discutir. Pelo que, por isso, deixo a quem compete essa discussão técnica. A discussão política, em que Mário Lino parece fazer crer de uma opção pessoal, é sim, muito duvidosa.

José Sócrates pretendia fazer da OTA e TGV dois marcos do seu mandato e queria, além disso, impulsionar o espírito do povo português e com isso, a economia e confiança dos agentes económicos. Parece, contudo, que tudo lhe está a sair furado. A cada dia que passa, múltiplicam-se as dúvidas em torno do novo aeroporto da OTA. Até o Bastonário da Ordem dos Engenheiros já veio dizer que essa é uma má solução.

Sobre a licenciatura do Primeiro Ministro, não ponho em causa o facto de ter de ser licenciado ou engenheiro para o desempenho de um cargo político. Sempre afirmei que importa muito pouco se uma pessoa com canudo, gere melhor ou pior a coisa pública do que alguém que não seja Sr.Dr ou Sr. Eng. É um preconceito típico português, ridículo é certo!

O que está aqui em causa é a autoridade do PM daqui para a frente. Em tamanha confusão em que este caso mergulhou, ficará muito dificíl a Sócrates dissipar as dúvidas que envolvem o seu nome. Se temos um PM autoritário, podemos é ver um PM sem autoridade, que são coisas distintas. Uma coisa é sê-lo, outra coisa é fazer cumpri-lo.

E associado a este caso, os telefonemas do próprio e dos seus assessores para abafar todo este caso. Nada que os outros Governos não tenham feito, é certo. Mas este Governo que tem sido mestre na forma de comunicar, neste caso e no da OTA perdeu o controlo da situação. O controlo da Comunicação Social, pode dizer-se. E com isto, Sócrates, além de só tardiamente explicar o caso que o envolve, ainda perdeu a agenda política. Está ele agora a reboque do que acontecerá à Universidade Independente.

Já alguns comentadores diziam que com o défice a descer de forma impressionante, seria muito difícil impedir Sócrates de uma 2ª maioria absoluta. Só um escândalo o poderia impedir, segundo se dizia. Ora bem, não será nem mais nem menos o que está a acontecer? Estes 15 dias foram, seguramente, dos mais duros que o PM teve de suportar. E com a sua imagem, a imagem do Governo cai também.
Perdeu-se, definitivamente, o estado de graça deste (Eng?) José Sócrates iluminado.

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